domingo, 19 de junho de 2016

Pedra da Bacia

A Pedra da Bacia é um dos pontos culminantes da Serra da Bocaina com 2095m de altitude, situa-se na cidade de São José do Barreiro e seu acesso se faz pelo Bairro do Formoso onde se inicia uma estrada de terra até o início da trilha.

Fizemos essa caminhada no carnaval de 2016 e os integrantes dessa trip foram o Wagner, Rogério e o Tui.

Saímos de madrugada da cidade de São Paulo e viajamos por aprox. 280km até deixarmos o carro ao lado de uma casa depois da ponte que dá acesso à Fazenda da Barra, um conhecido hotel fazenda da região.

Chegando lá arrumamos nossas cargueiras e as 8:30hs iniciamos nossa jornada seguindo pela estrada principal que nos levaria à trilha para a Pedra da Bacia.

Da esq. para a direita: Rogério, Wagner e Tui, prontos para começar a caminhada.

Ponte que dá acesso à estrada que leva ao início da trilha.

Subimos a estrada e após 15 minutos nos deparamos com uma trilha à direita que dá acesso a Cachoeira da Mata. Adentramos a trilha e após 10 minutos de subidas e descidas íngremes chegamos na cachoeira que tem um ótimo poço para banho, ficamos lá por uns 15 minutos e logo retornamos para a estrada pois tínhamos uma longa caminhada pela frente.

Cachoeira da Mata.

Logo após a entrada para a Cachoeira da Mata chegamos à uma bifurcação, seguindo em frente segue rumo ao Centro Budista e Pedra Redonda e à direita rumo ao bairro Bocaininha. Seguimos à direita subindo em direção ao bairro e com a Pedra da Bacia sempre à frente.


Placa indicando a direção à seguir.
Nosso destino à frente.
Seguimos a estrada sempre subindo e passando por inúmeras porteiras, pontes com mata burros e paisagens rurais com muito gado e pouca sombra.

O Sol e a subida castigando.
Todos olhando para nós....rs
Depois de algumas paradas para descanso e 6,5km a estrada fica mais estreita e adentra em um trecho de mata virgem onde existe um ponto de água potável (existe outro ponto de água anterior à este mas como o gado pasta próximo não achamos confiável).
Seguimos agora sempre na sombra da mata nativa com algumas quedas de barreiras sobre a estrada (impossibilitando o tráfego de veículos) até o trecho onde a estrada se nivela e a trilha surge à esquerda (1520m de altitude) quase totalmente encoberta pela vegetação.

Ponto de água.
Estrada já dentro da mata.



Início da trilha.

Já na trilha seguimos subindo agora acompanhados de garoa  e após 15 minutos chegamos em uma porteira com uma placa com os dizeres "Fazenda do Bonito" (alt. 1650m), seguimos em frente e a chuva apertou mas agora a trilha segue bem aberta.
Andamos na mata fechada por uns 20 minutos até um descampado onde a trilha (cuidado com os vários caminhos feitos pelos cavalos que habitam o local) segue em direção à um trecho de mata onde existe uma Araucária morta.

Rogério preparado para a chuva e atrás dele a placa "Fazenda do Bonito".


Continuando pela trilha do lado esquerdo de um cercado com uma cocheira (provavelmente para os cavalos que andam por ali) seguimos contornando um morrote descampado pela esquerda e após uns 15 minutos somente andando por campos abertos  temos do lado direito o visual de uma bela floresta repleta de Araucárias.


Trilha bem batida pelo descampado.

Floresta com dezenas de Araucárias.

Seguimos por mais 10 minutos e adentramos um trecho de mata e atravessamos um pequeno riacho (alt. 1529m) com a água pela canela (ultimo ponto de água antes do cume). Seguimos a trilha do outro lado do riacho e logo saímos em outro descampado agora subindo à esquerda em direção a cerca que provavelmente divide a fazenda com o PARNA Serra da Bocaina. Nesse momento a garoa deu uma trégua.

Ultimo riacho antes do cume....aproveite.


Com 10 minutos de trilha chegamos à famigerada subida da cerca (alt. 1602m), uma subida que precisa ser feita com atenção pois qualquer descuido e vc será espetado pelos arames farpados.
Mais 20 minutos de subida ingríme e várias paradas para descanso chegamos ao final da subida (alt. 1837m) com um ganho de 235 metros de altitude em apenas 800 metros de distância, paramos para admirar o visual e percebemos que já estávamos acima das nuvens.




Subida ingríme ao lado da cerca.


Agora acima das nuvens e o melhor....sem garoa.



Continuamos seguindo a cerca agora na direção noroeste, em um agradável declive para alívio de nossas pernas. Agora com poucas subidas acompanhamos a cerca  por 30 minutos e logo chegamos em um ponto onde ela adentra a mata (alt 1888m). Nesse momento passamos para o outro lado da cerca e seguimos na mesma direção da cerca só que pelo descampado do outro lado. Nesse momento do lado esquerdo ao fundo a incrível visão da Serra da Mantiqueira.



Visão da Serra da Mantiqueira ao longe.
O descampado agora é curto e logo entramos na mata onde a trilha é bem batida e seguimos já no trecho final da caminhada. O aclive é suave e a trilha repleta de Bromélias, um caminho muito agradável de se caminhar.
Percorremos esse trecho por 5 minutos e chegamos em uma área pequena que aparentemente era boa para acampamento  mas decidimos seguir para acamparmos mais próximo do cume. Não encontramos outro descampado e resolvemos acampar na trilha mesmo um pouco antes de uma enorme rocha, em um raro trecho plano e sem muitas raízes. Deixamos nossas cargueiras lá e seguimos até o cume.

Nosso lugar de acampamento.
Às 18:30 estávamos no topo da Pedra da Bacia, exatamente 10hs após o início da longa caminhada de 15km. O GPS marcou 1966m de altitude, muito mais baixo do que os 2095m divulgados. Um visual magnífico mas onde ficamos por pouco tempo pois as nuvens nos alertaram que vinha chuva pela frente e rapidamente fomos montar nossas barracas.

Cume da Pedra da Bacia.
Montamos rapidamente as barracas e a garoa começou novamente, cada um fez sua janta e fomos dormir com o som das gotas batendo nas barracas e das marchinhas de carnaval que estavam sendo tocadas na cidade de São José do Barreiro que fica à mais de 10km de distância em linha reta  e quase 1500m de desnível de onde estávamos.
No outro dia acordamos às 6hs para ver o sol nascer e para nossa felicidade sem chuva e fomos pro cume ver o nascer do Sol. Por sinal um maravilhoso nascer do Sol.

Nascer do Sol do topo da Pedra da Bacia.
Serra Fina à esquerda e Itatiaia à direita.
Ficamos pouco tempo no topo e voltamos para as barracas, tomamos um café bem reforçado e arrumamos nossas tralhas. Retornamos para o cume para contemplar e  tivemos uma surpresa, o Tui estava vasculhando a área e achou numa fenda o livro de cume, nem sabíamos da existência dele, assinamos e o guardamos no mesmo lugar onde foi encontrado.


Selfie do trio no cume..


Tui assinando o livro de cume.

Rogério e Wagner.

Local aonde está o livro de cume.
Após mais de uma hora no cume voltamos para o local de acampamento e as 9:50hs estávamos prontos para descer. O clima estava ameno e a caminhada foi com menos sofrimento rs.

No retorno o início da área descampada.

Tui passando pro outra lado da cerca.
Rogério já no trecho onde acompanhamos a cerca.

Chegamos rapidamente no trecho de descida da cerca e descemos em 15 minutos, tomando muito cuidado evitando escorregões, paramos brevemente para descanso antes da travessia do riacho e continuamos nossa jornada de retorno.

Área descampada após o riacho.
Quando chegamos no trecho próximo à porteira da fazenda encontramos dois cavalos bem no meio da trilha, ficaram assustados mas conseguimos passar e eles seguiram, provavelmente para a área descampada.

Cavalos no meio da trilha.
Seguimos descendo em um ritmo bom e logo estávamos na estrada onde encontramos muito gado e infelizmente não estavam afim de sair da nossa frente rs. Tivemos que espantá-los mas em um trecho não teve jeito, tivemos que passar pelo pasto mesmo.

Gado dificultando nossa passagem...rs.
Um pouco antes da entrada da cachoeira da mata outro pequeno problema, o gado ficou para trás mas agora era uma dupla de cavalos que teimava em nos acompanhar e uma vez ou outra correr atrás de nós, mas acabamos com a brincadeira deles quando passamos a ultima porteira da estrada.


Essa era a dupla que teimava em correr atrás de nós.
Chegamos no carro às 16;30, fizemos a descida em 6:40hs, bem mais rápido que a subida. Agora era arrumar as tralhas no carro e partir para SP, mas sem antes deixar de tomar um ótimo café e comer um pedaço de bolo em uma cafeteria na praça central de SJB.


Depois de uma longa caminhada um café antes da viagem de volta para SP.

Considerações finais:

- Trilha longa e cansativa, sem nenhum trecho técnico mas com várias bifurcações no caminho, principalmente no trecho próximo à Araucária morta, fique atento.

- Água potável (use purificador de água) somente na estrada próximo à entrada da trilha ou no riacho antes da subida da cerca.

- Use protetor solar pois os trechos de pasto e campos de altitude são extensos e sombra nestes locais é raro.