sexta-feira, 7 de junho de 2013

Pico dos Marins 2012

O Pico dos Marins é a maior montanha inteiramente dentro do estado de SP com 2,422m de altitude , um local de beleza impar que está localizado no município de Piquete, próximo à divisa de SP/MG.



 Essa trilha foi realizada em julho de 2012 pelos mochileiros Diego, Tui, Wagner e Zé.

Saímos de São Paulo numa fria noite de sexta-feira por volta das 19hs e chegamos no Acampamento-Base Marins próximo da meia-noite, como estávamos com preguiça de montarmos as barracas dormimos (muito mal por sinal) dentro do carro mesmo. Acordamos às 5:30hs arrumamos nossas tralhas e partimos, subindo pela estrada que dá acesso ao Morro do Careca.

Estrada que dá acesso ao Morro do Careca.


Seguimos pela estrada, passamos pela porteira  (ponto onde existe um estacionamento para carros) e continuamos subindo devagar, até chegar ao início da pequena trilha que dá acesso ao cume do Morro do Careca. Do topo do morro descansamos um poucoe tiramos algumas fotos. A caminhada até aqui demora por volta de 40 minutos.

Vale do Paraíba coberto de nuvens do visto do Morro do Careca.
No Careca pegamos uma leve descida e logo chegamos à uma pequena mata e a placa de ínicio da trilha do Pico dos Marins (a trilha mesmo se inicia aqui, mas não tem como chegar aqui de carro). Lá existe uma pequena área para acampamento onde cabe umas 4 barracas.

Zé, Diego e a placa do início da trilha.
Após a placa a trilha seguimos por entre a mata fechada durante uns 5 minutos até chegar num área que se inicia uma subida entre os campos de altitude. Subimos pela trilha bem demarcada por causa da erosão avançada devido ao pisoteio constante, após o ínicio da subida diminuímos um pouco o ritmo por causa do Zé que já estava começando a cansar e necessitava de paradas mais constantes.

A subida da trilha após à placa com Diego (em primeiro plano) e Zé vindo à passos de tartaruga...rs

Bud o "Cão Trilheiro do Marins".

Passamos pelo 1º maciço e pela enorme pedra (Grande Tótem) que se equilibra sobre outra e seguimos para a esquerda em direção à Pedra da Andorinha. Nesta condição o Pico dos Marins deixou de ser avistado e visualiza-se de um lado paredões e maciços e de outro, geralmente à esquerda, as montanhas das Minas Gerais.

Visão de MG logo após o 1º maciço. 
Seguimos pela trilha alternando em campos de altitude e rocha nua e depois de aproximadamente 10 minutos chegamos numa parede um pouco inclinada onde temos que praticamente "escalaminhar".

Trecho inclinado onde foi preciso "escalaminhar".
Após esse trecho seguimos ainda sem a visão do Pico dos Marins e continuamos a seguir até chegar à outro trecho bem menor que o anterior mas bem mais inclinado, onde passamos sem dificuldades.
Seguimos a trilha e logo após contornarmos o 2º e último maciço deparamos novamente com o Pico dos Marins e seu temido paredão.

Visão do Pico dos Marins.

Já estamos a 2.250m de altitude e a aproximadamente uma hora e meia do cume do Pico dos Marins. Aqui já há alguns locais apropriados para acampar em caso de não ser possível chegar ao cume antes do anoitecer mas  prosseguimos nossa caminhada e descemos um pequeno trecho em direção aos Marins. Uns dez minutos adiante passamos pela nascente do Ribeirão Passa Quatro (água imprópria para consumo) e nesse momento o Zé e Diego literalmente desabaram e ficaram descansando enquanto eu e Tui seguimos em frente.

Espécie de flor muito comum nos campos de altitude.
Subimos num ritmo constante e logo chegamos na base do Pico dos Marins, uma parede gigantesca e inclinada que teima em sugar nossos últimos resquícios de energia.

Paredão de acesso ao cume.
Subimos à passos de tartaruga pois estávamos bem cansados, analisando bem por onde íamos pois não há totens (pelo menos q eu saiba) no paredão e não queríamos descer nenhum um milímetro sequer, queríamos usar nossas últimas forças somente para alcançar o topo. E de vez em quando olhávamos para trás e nada de Zé e Diego. Bom sabíamos que chegariam, mais cedo ou mais tarde então focamos na subida e depois de aproximadamente 6 horas (isso mesmo 6 horas, o normal são aproximadamente 4 horas mas fomos num ritmo bem lento ) concluímos a subida dos 2422 metros de altitude do Pico dos Marins. Comemoramos e logo começamos à montar nossas barracas pois os melhores lugares já estavam ocupados e muitas pessoas ainda subiam e com certeza se demorássemos muito não iria ter um lugar razoável para montar as barracas.

Pico do Itaguaré em primeiro plano e Serra Fina ao fundo, vistos do cume do Pico dos Marins.
Depois de aproximadamente 1 hora chegou o Diego e mais 20 minutos o Zé bem cansados mas felizes por terem concluído a subida de mais uma montanha.

Visual do lado de Minas.
Após um bom descanso e contemplação do visual a fome começou a bater e fizemos nosso jantar (ou almoço, dá no mesmo kkk), nos alimentamos e começamos à tirar algumas fotos lá de cima e esperar o pôr do sol e enquanto isso o Diego já tinha desmaiado dentro da barraca.

Eu e Tui o Diego está dentro da barraca hibernando kkkkk
O Zé levou uma luneta e ficou à tarde e parte da noite tentando focalizar a lua e as estrelas em vão...não foi muito feliz nessa empreitada (acho melhor ele fazer um curso para aprender a usar a luneta e usar corretamente as  diversas lentes)

Visão de dentro da barraca do Tui com Pedra da Mina ao fundo e tripé da luneta do Zé.
Por do Sol.

O sol se foi e o frio chegou, com isso todos se encapotaram para suportar a baixa temperatura que estava em torno de 7ºC, o Tui fez um delicioso chá de quentão e ficamos conversando e bebericando até por volta das 20:00hs quando um à um fomos para as barracas descansar e dormir o sono dos justos.


Anoitecendo.

No outro dia acordamos cedo, por volta das 5:30hs para contemplar o belíssimo nascer do sol, tomar o café da manhã e desmontarmos o acampamento pois teríamos uma longa descida pela frente.

Nascer do Sol atrás da Pedra da Mina. 
Começamos a descer o paredão com todo o cuidado e logo chegamos no córrego, fizemos uma breve pausa para descanso e começamos de novo a caminhada descendo num ritmo relativamente forte e constante só parando em alguns trechos para descansos rápidos e cliques.
Em pouco mais de 04:30 horas chegamos no Acampamento Base, descansamos, conversamos com o Milton, arrumamos nossas tralhas no carro e partimos para SP.

Marins visto da estrada de acesso ao Acampamento Base Marins.

Considerações finais:

Trilha para pessoas que tenham alguma experiência, existem vários locais com marcações erradas e ir acompanhado com uma pessoa que já tenha feito a trilha é primordial.
Leve toda a água, são poucos os locais com água e nem sempre confiáveis, 90% da trilha feita em campos de altitude e exposto ao sol. Use e abuse do protetor solar.



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